Ainda em sua própria produtora, Robert Aldrich lança em 1970 esse thriller de guerra originalmente intitulado Too Late the Hero. No enredo, ...
Ainda em sua própria produtora, Robert Aldrich lança em 1970 esse thriller de guerra originalmente intitulado Too Late the Hero. No enredo, Aldrich mais uma vez se alia a seu roteirista Lukas Heller para contar a história de uma divisão do exército inglês na Segunda Guerra Mundial que recebe o apoio de um tenente americano para destruir a estação de rádio militar japonesa, dando possiblidade para uma invasão americana e uma posterior tomada da ilha. Para tanto, o grupo de soldados deve atravessar a ilha a pé, desativar a estação, retornar para a base, coisa que não será assim tão fácil, óbvio. As filmagens se deram nas Filipinas, embora o filme se passe nas antigas Ilhas Novas Hébridas, atual Vanuatu. Nessa obra, volta o uso de elenco de peso, recorrente na carreira do diretor, contando aqui com nomes tais quais Michael Caine, Cliff Robertson e Henry Fonda. Porém o filme ainda deixa muito a dever em relação aos demais filmes do cineasta. Em todas as suas obras anteriores, Aldrich sempre deixou perfeitamente claro seu objetivo com tal filme, seja criticar o militarismo, a forma com que os indígenas são tratados, ou a hipocrisia de Hollywood. Aqui, parece não haver um objetivo real a ser alcançado com a obra, tratando-se apenas de duas horas de um entretenimento bom, mas sem absolutamente nenhum compromisso. Talvez a idéia de fazer um filme passado na Segunda Guerra Mundial e em meio a uma selva possa ser uma alusão à Guerra do Vietnã, que em 1970 ia a todo vapor. Agora, se esse era o objetivo, faltou deixá-lo claro. Ou ao menos dar um motivo para tal comparação. A impressão que dá é que Aldrich, animado com o fato de Os Doze Condenados ter sido o filme de maior sucesso financeiro de sua carreira, e emendar após o mesmo dois fracassos de bilheteria, ele quisesse resgatar o gênero apenas para obter dinheiro, contrapondo-se ao ideal de cinema independente que vinha erguendo. Outra decepção em tal filme são os personagens. Em dois outros momentos Aldrich dirigiu filmes com vários personagens (Os Doze Condenados, O Vôo da Fênix) e em ambos os casos, demonstrou intensa habilidade ao dar aos seus personagens características próprias e uma individualidade. Aqui, isso não acontece. Em Assim Nascem os Heróis, boa parte dos personagens não possuem uma alma, são meras figuras a andar pela floresta. Uma pré-idéia do conceito de RedShirt. Mas ainda há algumas coisas interessantes sobre as filmagens. Cliff Robetson recebeu um Oscar de Melhor Ator em 1969 por Os Dois Mundos de Charly, porém, no dia da cerimônia o mesmo se encontrava nas Filipinas. Por conta do tempo que levaria para ir de lá até os Estados Unidos, receber a estatueta, e retornar, o estúdio acabou não o liberando. Para compensar, a equipe do filme fez uma réplica do oscar em madeira e deu a ele. Ao término das filmagens, quando a equipe do filme desembarcou na América, Gregory Peck, então presidente da Academia, estava lá com a estatueta de verdade para entregar a Robertson. Ao vê-la, Cliff atira a estatueta de madeira por sobre os ombros, acertando assim Michael Caine que estava logo atrás, fanzendo-o sangrar abundantemente. Embora seja um emocionante thriller de guerra, Aldrich pecou aqui ao não conceder uma profundidade na obra, coisa que é habitual em sua filmografia. Está certo que a cena final com Robertson e Caine retornando à base sob fogo cruzado é uma das mais tensas do cinema, mas isso ainda não é suficiente para caracterizar tal obra com sequer um "bom".
Eu gosto deste filme de ação, mesmo sem se aprofundar no tema, acaba sendo um bom filme.
ResponderExcluirAldrich apesar de ser pouco lembrado hoje, deixou uma bela carreira.
Até mais
O FILME E BOM.. E PELO MENOS NAO TEM AQUELES EFEITOS DE CG-COMPUTACAO GRAFICA QUE POLUEM FILMES DE GUERRA ATUAIS. TEM BONS DIALOGOS E OS PERSONAGENS SAO MESMO DE POUCA PROFUNDIDADE. PARECE SER UMA FORMA DE DIALOGO SOBRE A GUERRA DO VIETNA..
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