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A Lenda de Lylah Clare (1968)

Com seu trabalho anterior, Os Doze Condenados, Robert Aldrich conseguiu uma bilheteria tão grande que pôde comprar seu próprio estúdio. Ness...

Com seu trabalho anterior, Os Doze Condenados, Robert Aldrich conseguiu uma bilheteria tão grande que pôde comprar seu próprio estúdio. Nesse estúdio, viria a produzir obras como Resgate de uma Vida e Assim Nascem os Heróis. Porém, seu primeiro trabalho longe da influência dos grandes nomes de Hollywood acabou se tornando um fracasso de público, de crítica, e principalmente de qualidade. Lylah Clare (Kim Novak) foi uma das atrizes mais sexy e respeitadas do cinema americano, porém, após um misterioso (leia-se mal-esclarecido) acidente, acabou morrendo após cair das escadas de sua mansão. Alguns anos depois, um produtor (Ernest Borgnine) encontra uma aspirante a atriz (também Kim Novak), idêntica à falecidade Lylah. Logo, ele percebe a oportunidade de realizar um filme sobre a vida de Lylah Clare, e para isso convida um prestigiado diretor (Peter Finch) que também era o marido da mulher a ser retratada. Aldrich ama criticar Hollywood, tanto que foi em uma dessas críticas que ele ganhou a simpatia da crítica européia (A Grande Chantagem) e em outra que ganhou a da crítica americana (O Que Terá Acontecido a Baby Jane?), porém, dessa vez, nada funciona. Em partes provavelmente tal fracasso de deva ao roteiro vago e sem objetivo, onde a maior parte do filme parece não fazer o menor sentido nem ter o menor motivo para estar ali. Diálogos excessivamente longos e tomadas desnecessárias tornam os 130 minutos de projeção algo dotado de um enfado terrível. Borgnine, Finch e Novak estão consideravelmente bons em seus papéis, porém mesmo suas atuações não são o suficiente para salvar os personagens mal-elaborados aqui presente. Porém, para não dizer que o filme é completamente deprezível, há um detalhe que é dotado de um mínimo de qualidade. Logo no início do filme, a personagem de Novak, Elsa Brinkmann, diz que não sabe se aceita o papel ou não, por não querer ser como outra pessoa (Lylah Clare), em contra-partida, o produtor lhe responde que ela não precisa ser outra pessoa, apenas interpretar outra pessoa. Conforme o filme passa, cada vez mais Elsa Brinkmann se torna Lylah Clare, negando aquilo dito originalmente. Convenhamos, uma única qualidade não torna uma obra dessas algo agradável. Dezenas de teorias correm por aí, incluindo algumas que dizem que Elsa Brinkmann teria recebio o espírito de Lylah Clare e outras bizarrices do nível. Bizarrices para um filme bizarro. Nao, bizarro não, um filme simplesmente ruim. Nada mais justo.

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