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Os Famosos e os Duendes da Morte (2009)

* minha inconsciência tentando tomar o contrlole Para estrear um post aqui no Blog, estava procurando um assunto que fosse relevante tomar ...

* minha inconsciência tentando tomar o contrlole

Para estrear um post aqui no Blog, estava procurando um assunto que fosse relevante tomar meu tempo escasso *(uff, já começou nojento), e aconteceu sem eu procurá-lo. O meu amigo Marcelo Mattos na locadora veio com este filme e disse “Tem que ver esse filme, dirigido pelo cara do ‘Tapa na Pantera’, que filme bonito...” e por ai vai, descarregou elogios como só ele sabe fazer, dono de uma cultura cosmopolita e gosto refinado, atiçou minha sede por algo novo e diferente, sem me fazer de rogado já mandei fazer a retirada, para conferir logo à noite a referenda. Já esperando algo muito bom, o que é perigoso quando se cria muita expectativa. Qual foi a minha surpresa ao fim do filme? Ele era muito mais do que foi dito! Pensei: “O que faço agora?” Peguei o controle e fui direto aos extras, *(oh! Chatão já vai esmiuçar o filme com 500 extras!), e foi a sobremesa do Banquete, cenas deletadas (algumas delas um pecado ter ficado fora), making off, testes de elenco, galeria de fotos, vi tudo!
Remoendo ainda o filme pensei, “devo escrever sobre ele, mas o que?”, milhões de assuntos relacionados vieram na minha cabeça, filmes, diretores, histórico cinematográficos, semelhanças, estilos, fotografia, OPA! Para. Não exagera! Então comecei como comecei, contando o caminho da resenha como uma aventura, o que não reflete o filme, mas o meu sentimento por estar digitando essas palavras. *(que exagero, só pra chamar atenção!).
Para situar minhas palavras largo uma sinopse simples, lá vai:

Guri (como carinhosamente o apelidei) de 16 anos, do interior RS, cidade de Teutonia para ser mais exato, apesar de não dizer no filme, vive seus dias entre a Escola/Casa/Internet, seus contatos humanos, são sua mãe viúva e seu amigo, que tem uma visão de mundo diferente da dele. Fã de Bob Dylan se auto intitula, “Mr. Tambourine Man”, e planeja ir a um show do ídolo de qualquer maneira. Na Internet passa as noites no MSN e vendo vídeos de uma menina misteriosa e seu namorado *(sabia que tinha sacanagem no mei...), mas não é vídeo de sexo, parece mais como filmes experimentais. O Guri se sente deslocado, acha o lugar um “Cu de mundo”. Mas tudo muda quando o Namorado da menina misteriosa chega à cidade. O Guri vê-se tendo que levar sua vida adiante ou continuar nessa angustia? Pronto. Uffa! *(é, fala logo tua opinião Tosca!)

O filme é baseado no Livro de mesmo nome, do escritor e Blogueiro Ismael Caneppele, que faz o papel do Namorado da Menina. Legal também notar que o contato que se corresponde com o “Mr. Tambourine Man”, é E.F. o próprio Diretor do Filme (Esmir Filho). Metalinguagens aparte, dentro deste micro-universo simples da vida do Guri, se aloca dentro dele uma profusão de sentimentos que ele esconde sem esforço, mas com muita dor. Ao longo do filme, são desvendados esses sentimentos de forma melancólica, delicada e bela. Mérito deste Jovem Diretor de 27 anos, e seu Diretor de Fotografia (Mauro Pinheiro Jr.), que lapidaram o livro em película e luz. Um trabalho magnífico!

O que particularmente me agradou muito foi, ter a mesma sensação do filme “Cão sem dono”, de Beto Brant, feito em Porto Alegre, ou seja, filmes feitos por diretores de outro Estado (SP), que conseguiram captar a essência do cinema Gaúcho. Só sendo gaúcho pra entender isso *(lá vem o Bairrista, pé no saco!), o sotaque bem pronunciado, o cenário característico bem Fotografado e a qualidade levada a sério. Isso me emocionou bastante. Minha esposa, que passou sua adolescência em Novo Hamburgo, cidade parecida com a do filme, se identificou muito, fez ela se lembrar de sentimentos que teve quando adolescente, bem parecidos com os que tem o personagem.

São difíceis filmes sobre adolescentes abordar esses sentimentos tão incompreensíveis para esta idade, até mesmo pra nós já 40tões *(Bah! Mas tu é veio!), um filme que me vem à cabeça é “Elefante”, que apesar de mostrar um recorte de tempo, tem como força o sentimento dos adolescentes. E o grande trunfo disto, esta na escolha do elenco, pois os atores são maravilhosos, o Henrique Larré (Guri) e Tuane Eggers (Menina) são de uma expressividade digna de atores veteranos, Samuel Reginatto (Diego, amigo) carrega consigo uma espontaneidade e jovialidade, que me arrisco a dizer que, logo, logo vai ser mais visto por aí. Desconto para Ismael Caneppele, que não é ator, mas aceita dignamente essa homenagem em participar do filme.

O final do filme guarda o melhor, mas como não posso contá-lo, concluo com a canção de Bob Dylan, que permeia o filme todo e tem tudo a ver com o sentimento do Guri:

Hey, Mister Tambourine Man, play a song for me
I'm not sleepy and there ain't no place I'm goin' to
Hey, Mister Tambourine Man, play a song for me
In the jingle, jangle morning, I'll come followin' you

*(É, ficou meia boca. A tua cara!).

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