“O destino de Asgard novamente se encontra nas mãos de Thor. Para a salvar ele lutará contra o tempo, a fim de impedir que a impiedosa Hela ...
“O destino de Asgard novamente se encontra nas mãos de Thor. Para a salvar ele lutará contra o tempo, a fim de impedir que a impiedosa Hela (sua irmã) conclua o Ragnarök – a destruição de seu mundo e o término da Civilização Asgardiana. Só que ele se encontra sem o seu martelo e retido prisioneiro num longínquo planeta nos confins do Universo. E deverá ainda enfrentar num combate grandioso, um antigo aliado: O Incrível Hulk...”
As críticas no Brasil não foram entusiasmadas. Talvez parte da esquerda, amante da foice e do martelo não gostou de ver Thor privado desse último... – trata-se de uma pilhéria, mas temos de partir para o inusitado para compreender o que tanto desgostou parte da crítica por aqui. O filme é divertidíssimo e o elenco está em ótima forma – destaque para um Jeff Goldbum em estado de graça – um dos vilões mais divertidos dos últimos tempos.
Certamente parte do êxito se deve ao improvável Taika Waititi que teve a arriscada ousadia de empregar a saga um toque kitsch e hilário sem que a deixasse cair na ridicularidade.
Ao se tomar o caminho da brincadeira, de não ter vergonha de se rir de si próprio, o diretor apostou as fichas na diversão: Thor e Loki surgem na tela como dois perdedores caídos sabe-se lá de onde. O primeiro ainda ousa manter-se ereto e com aquela aura principesca, mas a imagem que nos chega é de um ser enfraquecido. Loki se adapta melhor as circunstâncias e se faz de um lambedor de botas do novo rei do pedaço – um tirano pop e efeminado, degenerado e impulsivo; mas que devido ao carisma de seu intérprete, não o levamos a sério, e nos soa agradabilíssimo.
Os puristas certamente não compreenderão o tom farsesco e a redução de Thor a pele de um bufão sem conhecimento de si (colocado em situações que fogem de sua compreensão) que atravessa o filme de forma desenvolta, sendo sistematicamente humilhado por aqueles com que divide o palco: Hulk, Loki, Walquiria, Hela, GrandMaster, Topaz, etc. Esse retrato de uma crise familiar titanesca, onde os Deuses Nórdicos se chocam em um mundo onde não possui mais o seu domínio satisfaz a plateia e certamente Waititi permanecerá a frente da empreitada.
Para continuar dando certo, ele deverá se atentar para o grande risco tomado pelo caminho escolhido: Esvaziar-se o universo Marvel de seu significado; apesar das qualidades e da graça que permeia todo o filme, corre-se o risco da exaustão: os personagens podem acabar tombando-se entre si, numa espécie de pout-pourri com tantos olores, que pode acabar desagradando pelo resultado. Esse risco assumido de poder cair no vazio, de se exaurir em si próprio, pode cansar o expectador, por quebrar todo a força dramática que compunha os personagens. Por hora não temamos o possível apocalipse e nos divirtamos com essa obra, a melhor até agora levada as telas sobre o Universo Marvel.
Escrito por Conde Fouá Anderaos
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