Esse, sem dúvida, foi o filme que mais me fez pensar e pensar e pensar, até formular uma idéia concreta sobre o mesmo. Deixei de encará-lo a...
Esse, sem dúvida, foi o filme que mais me fez pensar e pensar e pensar, até formular uma idéia concreta sobre o mesmo. Deixei de encará-lo apenas como um filme, e passei a interpretá-lo como um desafio. Talvez a dificuldade, seja produto do efeito que o filme causa após seu término, afinal ficamos tão envolvidos com a belíssima animação proporcionada, que viajamos para um mundo surreal, porém essa viagem acaba juntamente ao filme, pois, apesar de se tratar de uma animação, nos deparamos com uma história real através de fatos que comprovam uma era de tristeza, sofrimentos e muitas mortes.
Em "Valsa com Bashir", a singeleza do homem é testada frente a uma realidade que todos desejariam que não existisse. A guerra não deixa de ser uma atitude pusilânime, ademais é uma maneira imoral de tentar impor ou obter algo, a partir da fraqueza do inimigo. Em outras palavras, é uma covardia explícita. Mas esse não é o pior de tudo, porque ela causa danos a pessoas que desconhecem esses "princípios" (no amplo sentido pejorativo) que acabam, por obrigação, tendo que conhecer essa realidade tão contrastante, em relação à corriqueira. Essa situação, é muito bem trabalhada por Ari Folman a partir da exploração do protagonista e do conflito principal do filme. O que deixa o filme tão reluzente é a perfeição na imagem animada. Cada gesto, cada emoção, é fielmente retratada pelos personagens. Um trabalho digno, capaz de deixar qualquer espectador que assista, de queixo caído. Nos perdemos frente a uma beleza tão incomum, que acabamos nos esquecendo por minutos, que não estamos assistindo um filme infantil. A trilha sonora é um quesíto que pode gerar interpretações diferentes, do controverso ao chocante, mas o que não podemos negar em meio a tudo isso, é a concordância com a situação momentânea.
Os caprichos de Ari Folman nos proporcionam 85 minutos de êxtase, mas o mais interessante se encontra no desfecho. A interpretação do mesmo é algo muito pessoal, para alguns foi uma atitude arriscada, para outros é algo impactante por jogar na cara, a triste realidade da forma mais bruta possível. Foram poucos os filmes que me deixaram com um nó na garganta ao terminar de assistir, como "Valsa com Bashir". Um filme que mostra até onde um homem pode chegar, para conseguir o que deseja.
Pouquíssimas vezes alguém retorna a sala de cinema para rever o filme que acabara de assistir. Ainda mais quando a segunda vista se torna cada vez mais forte em suas emoções e fazendo observar mais detalhes que só acrescentam à obra e quando terminamos essa revisão nos resta um gosto na boca de que deixamos de ver algo nele, ainda que já estejamos anestesiados com a junção de emoções sublimes e ao mesmo tempo chocantes que emerge da tela. Foi isso o que aconteceu comigo. Uma obra-prima.
ResponderExcluirAbraço!